REALINHAMENTO PATELAR
A patela é o osso móvel localizado na frente do joelho. A cirurgia de realinhamento patelar consiste na execução de um ou mais procedimentos para manter a patela alinhada no seu sulco e, assim, evitar o seu deslocamento recidivante.
ANATOMIA
A patela é um osso sesamóide, localizado dentro do tendão do músculo quadríceps femoral, que se articula com a tróclea femoral, um sulco localizado na região anterior e distal do fêmur. A estabilidade da patela na tróclea femoral depende da anatomia óssea patelofemoral, dos retináculos medial e lateral e também dos tendões quadricipital e patelar.
LUXAÇÃO PATELAR
Traumatismos e/ou alterações anatômicas da articulação patelofemoral podem resultar na saída da patela do seu sulco. Esse deslocamento da patela é chamado de luxação patelar.
LUXAÇÃO RECIDIVANTE
A luxação patelar é chamada de recidivante quando a patela se desloca habitualmente da tróclea femoral. Como dificilmente a patela se realinhará espontaneamente na presença de alterações anatômicas ósseas, retinaculares e/ou tendíneas, o tratamento da luxação patelar recidivante costuma ser cirúrgico. A cartilagem que reveste a patela e a tróclea femoral costumam sofrer algum grau de comprometimento com os deslocamentos frequentes da patela. A consequência é o desenvolvimento de artrose patelofemoral, uma condição bastante dolorosa e incapacitante.
EXAMES
Exames de imagem são importantes para o ortopedista especialista em joelho estudar a anatomia da articulação patelofemoral e, assim, programar os procedimentos cirúrgicos necessários para corrigir a luxação recidivante da patela. RX, tomografia e ressonância magnética são exames essenciais.
REALINHAMENTO PATELAR
A cirurgia de realinhamento patelar consiste em um ou vários procedimentos, dependendo do caso, para que a patela se mantenha estabilizada e alinhada na tróclea femoral.
LIBERAÇÃO RETINACULAR
A liberação do retináculo patelar lateral pode ser feita durante uma artroscopia. O procedimento libera o retináculo lateral nos casos onde ele é espessado e retraído, provocando a subluxação patelar lateral e/ou a síndrome da hiperpressão patelar lateral. Muitas vezes a simples liberação cirúrgica do retináculo lateral é suficiente para corrigir as luxações recidivantes da patela.
LIGAMENTO PATELOFEMORAL MEDIAL
A reconstrução do ligamento patelofemoral medial é indicada nos casos de luxação recidivante da patela onde o retináculo patelar medial ficou incompetente na sua função depois de vários deslocamentos da patela.
OSTEOTOMIA DA TAT
A medialização da tuberosidade anterior da tíbia ( TAT ) é indicada nos casos onde a medida da TA-GT é maior do que 20mm. Essa medida é feita no exame de tomografia computadorizada e avalia a distância entre a linha que passa no fundo da tróclea femoral com a linha que passa na tuberosidade anterior da tíbia.
TROCLEOPLASTIA
A trocleoplastia é indicada nos casos onde a tróclea femoral é muito displásica, ou seja, tem a sua anatomia bastante comprometida. O mais comum é a tróclea ser muito rasa ou plana. O procedimento cria uma tróclea um pouco mais profunda para estabilizar a patela no seu interior.
PLASTIA DO MÚSCULO VASTO MEDIAL OBLÍQUO
O músculo vasto medial oblíquo tem papel importante na estabilização medial da patela. A plastia do músculo pode ser feita para transferir a sua inserção na patela para uma posição mais distal e lateral.
CONDROPLASTIA
A condroplastia é o procedimento para regularização da superfície da cartilagem da patela e da tróclea femoral. É indicada quando a cartilagem apresenta irregularidades grosseiras.