LUXAÇÃO DO JOELHO

LUXAÇÃO DO JOELHO

Luxação do joelho é uma lesão grave e, muitas vezes, é uma emergência ortopédica cirúrgica. A identificação da lesão, a avaliação com exames de imagem e o tratamento devem ser feitos de forma imediata assim que o paciente chega no pronto-atendimento. Síndrome compartimental e lesão vascular são as complicações mais comuns e temidas. A luxação do joelho não é a mesma coisa que a luxação da patela.

LUXAÇÃO DO JOELHO

Luxação do joelho acontece quando existe a perda da congruência articular entre o ossos fêmur e a tíbia. Isso só acontece em traumatismos de alta energia como atropelamentos, quedas de motocicleta, colisões de veículos automotores, quedas de altitudes e esportes envolvendo alta velocidade. O joelho é a maior articulação do corpo. Para deslocar a tíbia proximal do fêmur distal é necessário um trauma de alta energia. As luxações posteriores e anteriores ocorrem com mais frequência. As luxações medial, lateral e rotatória são menos frequentes.

EPIDEMIOLOGIA

Luxação do joelho não é uma lesão comum. Muitas luxações do joelho se reduzem sozinhas e há necessidade de o médico especialista suspeitar da existência da luxação para fazer o diagnóstico correto no momento do atendimento do paciente. Pessoas obesas sofrem mais luxação do joelho do que as pessoas com peso corporal normal. O diagnóstico precoce de uma luxação de joelho é muito importante porque esse tipo de lesão costuma estar associada a lesão vascular. Uma isquemia prolongada do membro inferior pode levar a uma amputação.

PATOFISIOLOGIA

A estabilidade do joelho depende da integridade dos seus quatro ligamentos mais importantes: ligamento cruzado anterior, ligamento cruzado posterior, ligamento colateral medial e ligamento colateral lateral. Para acontecer a luxação do joelho mais de um desses ligamentos precisa ser rompido. Em relação aos vasos sanguíneos, a artéria poplítea quase sempre é lesionada nesse tipo de traumatismo. Cerca de 40% dos pacientes que sofrem luxação do joelho apresentam lesão vascular e cerca de 20% apresentam lesão do nervo fibular.

LUXAÇÃO JOELHO

HISTÓRIA E EXAME FÍSICO

Obter do paciente a descrição de como aconteceu o machucado no joelho é muito importante. Instabilidade articular grosseira, grande deformidade ou recurvato do joelho acima de 30˚ ao se levantar a perna pelo calcanhar sugere que pode ter ocorrido uma luxação do joelho. Grandes derrames articulares e extensas equimoses também sugerem que a articulação tenha sido deslocada. Os pulsos poplíteos e distais devem ser avaliados. Pulsos palpáveis, porém, não descartam a presença de lesão vascular. A sensibilidade e motricidade da perna e pés também devem ser testadas.

EXAMES COMPLEMENTARES

Radiografias, eco doppler, angiografia por tomografia computadorizada e ressonância magnética são os exames de imagem mais solicitados para identificar as estruturas lesionadas num joelho que sofreu luxação. O paciente deverá ter prioridade no centro de imagens para que os exames sejam feitos rapidamente.

TRATAMENTO

O deslocamento da articulação femorotibial é uma emergência ortopédica e os pacientes devem ser atendidos e tratados rapidamente. Existe o risco de amputação da perna se a lesão vascular da artéria poplítea não for identificada. O tratamento inicial da luxação do joelho que não foi reduzida espontaneamente é a redução imediata da articulação sob anestesia, normalmente uma sedação. Após os exames vasculares e ortopédicos, será decidida a conduta a ser tomada. Nos casos de lesão da artéria poplítea a artéria precisa ser reparada cirurgicamente. A articulação deverá ser estabilizada pela reconstrução das estruturas ligamentares comprometidas pela luxação.