CONDROPATIA PATELAR E CONDROPATIA TROCLEAR

CONDROPATIA PATELAR E CONDROPATIA TROCLEAR

Condropatia patelar e condropatia troclear são as condropatias das cartilagens da patela e da tróclea femoral na articulação patelofemoral. Condropatia é a expressão médica usada para se referir às patologias da cartilagem. No joelho as cartilagens que fazem contato na articulação patelofemoral são intensamente sobrecarregadas durante as atividades que fazemos no dia a dia. As condropatias patelar e troclear são condropatias que acometem pessoas de todas as idades, sendo mais comuns em pessoas jovens e esportistas.

CONDROPATIA

Os ossos dentro das articulações sinoviais são revestidos por um tecido especializado chamado cartilagem. Cartilagem é um tecido branco e brilhante que proporciona superfícies lisas e lubrificadas para que os ossos se articulem entre si transmitindo carga com baixo coeficiente de atrito. Dentro do joelho existe cartilagem revestindo as superfícies articulares do fêmur, da tíbia e da patela. A articulação entre a patela e o fêmur, na frente do joelho, é chamada de articulação patelofemoral. O sulco no fêmur onde a patela se articula é chamado de tróclea femoral. Condropatia é o termo médico que significa patologia da cartilagem. Condropatia patelar e condropatia femoral são termos médicos que se referem às patologias que acometem as cartilagens da patela e da tróclea femoral respectivamente. A espessura da cartilagem no joelho varia de 2 a 4 milímetros, podendo chegar a 10 milímetros na patela. A cartilagem da patela é a cartilagem mais espessa do nosso corpo. A articulação patelofemoral suporta grandes forças compressivas devido ao mecanismo biomecânico de alavanca que acontece quando o joelho é fletido.

CONDROPATIA PATELOFEMORAL

CONDROPATIA PATELAR

Condropatia patelar é a patologia da cartilagem da patela, o osso móvel localizado na frente do joelho. A condropatia patelar mais comum é a condromalácia patelar. A condromalácia patelar é caracterizada pelo amolecimento e degeneração da cartilagem da patela. Por ser a condropatia mais comum da patela, a condropatia patelar é quase sinônimo de condromalácia patelar e ambos os termos são, muitas vezes, usados indistintamente.

CONDROPATIA TROCLEAR

Condropatia troclear é a patologia da cartilagem da tróclea femoral, o sulco localizado na região anterior do fêmur distal onde a patela se articula e se movimenta durante a flexão e a extensão do joelho. A cartilagem da tróclea femoral é bem menos espessa do que a cartilagem da patela. A condropatia troclear mais comum é a artrose, que é a doença caracterizada pela degeneração da cartilagem.

SINTOMAS

O sintoma inicial de comprometimento das cartilagens da patela e da tróclea femoral é dor na região anterior do joelho. A dor aumenta de intensidade quando o paciente sobe ou desce escadas, agacha ou ajoelha. À medida em que as condropatias aumentam, aparecem inchaço e rangidos durante os movimentos do joelho.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico das condropatias patelar e troclear é feito pelo exame físico do joelho e pelo exame de ressonância magnética. No exame de ressonância magnética é possível identificar o comprometimento das cartilagens da patela e/ou da tróclea femoral e classificar as lesões.

CARTIGRAMA

Os equipamentos mais modernos de ressonância magnética permitem, além do exame convencional, fazer uma sequência especial de imagens chamada de cartigrama, que é um método sofisticado de avaliação da cartilagem articular. No cartigrama é possível obter informações sobre a ultraestrutura da cartilagem como a presença de degradação da matriz condral. O mapeamento de cores do cartigrama identifica mudanças sutis na composição da cartilagem que não são detectadas na sequência convencional de imagens da ressonância magnética. O cartigrama é muito útil para diagnosticar e acompanhar o tratamento das condropatias patelar e troclear.

CONDROPATIA DA PATELA E DA TRÓCLEA

CLASSIFICAÇÃO

Existem diversas classificações para as condropatias do joelho. A mais utilizada pelos médicos especialistas divide as condropatias em 4 graus conforme a análise das imagens da lesão condral no exame de ressonância magnética. Na condropatia grau I há uma alteração no sinal da cartilagem. Na condropatia grau II existe comprometimento de até 50% da espessura da cartilagem. Na condropatia grau III existe comprometimento de mais de 50% da espessura da cartilagem. Na condropatia grau IV existe exposição óssea.

TRATAMENTO

O tratamento das condropatias da patela e da tróclea depende de diversos fatores como o aspecto, localização, extensão e profundidade da lesão na cartilagem. Alterações anatômicas da articulação patelofemoral também devem ser consideradas. As lesões pequenas e superficiais costumam ser tratadas de forma conservadora com repouso relativo, medicamentos anti-inflamatórios e fisioterapia. Lesões maiores, mais extensas e profundas podem precisar de intervenção cirúrgica. Condroplastia e cirurgia de microfraturas são os procedimentos cirúrgicos mais indicados para as condropatias patelofemorais. A artroplastia patelofemoral é uma opção para casos avançados que não respondem satisfatoriamente aos tratamentos menos agressivos. A viscossuplementação, que é a aplicação intra-articular de medicamentos à base de ácido hialurônico, traz resultados muito bons para todos os graus de comprometimento condral patelofemoral.

CLASSIFICAÇÃO DAS CONDROPATIAS

ÁCIDO HIALURÔNICO

A aplicação intra-articular de medicamentos à base de ácido hialurônico, procedimento conhecido como viscossuplementação, é o melhor tratamento disponível na atualidade para as condropatias da patela e da tróclea. As aplicações mudam a fisiologia da cartilagem, diminuem a dor, melhoram a lubrificação articular e retardam o processo de degeneração da cartilagem.

JOELHEIRAS

Pacientes com condropatia patelar e/ou troclear não devem usar joelheiras porque elas tendem a piorar a lesão na cartilagem. As joelheiras comprimem o joelho e, consequentemente, comprimem a patela contra a tróclea femoral, agravando o amolecimento e/ou as erosões condrais.

PREVENÇÃO

As condropatias patelar e troclear podem ser prevenidas com alguns cuidados. Eventualmente o paciente terá que fazer algumas modificações no seu estilo de vida. As principais medidas são: alongar e fortalecer os músculos do joelho, evitar atividades físicas de alto impacto e evitar atividades que forçam muito os joelhos como trabalhos agachados, ajoelhados ou que exijam uso constante de escadas. Manter o peso corporal dentro da faixa de normalidade também é muito importante.

ESPECIALISTA

Pacientes que sentem dor na região anterior do joelho devem consultar um médico ortopedista especialista em joelho para diagnosticar a causa da dor e dar início ao tratamento correto. O diagnóstico precoce das condropatias patelofemorais pode evitar a progressão dessas patologias para artrose.