SÍNDROME DO TRATO ILIOTIBIAL
A síndrome do trato iliotibial, também conhecida como joelho do corredor, é uma lesão bastante comum na Medicina Esportiva e acomete principalmente corredores e ciclistas. Trata-se de um processo inflamatório envolvendo a aponeurose lateral da perna, na região do joelho. A inflamação pode comprometer bastante a prática de atividades físicas, uma vez que a dor tende a piorar quando o paciente faz exercícios.
TRATO ILIOTIBIAL
O trato iliotibial ( TIT ) é a espessa e larga aponeurose conjunta dos músculos tensor da fáscia lata e glúteo máximo. Ele está localizado na face lateral da coxa, estendendo-se da crista ilíaca e da espinha ilíaca ântero-superior até o tubérculo lateral da tíbia ( tubérculo de Gerdy ). Aponeurose é uma estrutura fibrosa, esbranquiçada e muito resistente que envolve um músculo. Quando analisada histologicamente, a aponeurose é uma estrutura anatômica muito semelhante a um tendão. O trato iliotibial é um importante estabilizador do joelho.
SÍNDROME DO TRATO ILIOTIBIAL
A síndrome do trato iliotibial ( STIT ) é um processo inflamatório que acontece na região lateral do joelho. O trato iliotibial desenvolve um processo de inflamação devido ao atrito repetitivo com o côndilo lateral do fêmur. A inflamação acontece mais facilmente quando o trato iliotibial está mais tensionado do que o normal. A falta de alongamento da musculatura lateral da coxa é um dos principais fatores predisponentes para o desenvolvimento da síndrome do trato iliotibial.
ETIOLOGIA
A síndrome do trato iliotibial é comum em corredores e ciclistas devido aos movimentos repetitivos de flexão e extensão do joelho ao correr ou pedalar. Desequilíbrios musculares, como o encurtamento da musculatura lateral da coxa, e o varismo do joelho contribuem para o aparecimento da inflamação. A inflamação pode acometer um ou os dois joelhos. Corredores e ciclistas são os atletas que mais comumente desenvolvem a lesão, que também acomete jogadores de basquetebol, jogadores de futebol e esquiadores. Outros fatores, como joelhos varos, discrepância do comprimento dos membros inferiores, pronação excessiva do pé, rotação interna excessiva da tíbia e fraqueza muscular da coxa e do quadril, podem contribuir para o desenvolvimento da síndrome do trato iliotibial. Mulheres são mais afetadas do que os homens. Estudos também citam a influência do tipo de terreno e dos tênis no desenvolvimento da lesão em corredores.
DOR NO JOELHO
O principal sintoma da síndrome do trato iliotibial é a dor localizada na parte lateral do joelho, na região do côndilo do fêmur. O local fica bastante sensível. Nas fases avançadas correr e pedalar provocam muita dor no joelho. A dor tende a aumentar se a lesão não for diagnosticada e tratada no seu começo.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da síndrome do trato iliotibial é feito pelo exame físico do joelho e pelo exame de ressonância magnética. No exame físico nota-se uma sensibilidade aumentada na região do côndilo femoral lateral. O local pode estar inchado e apresentar pequenas crepitações quando o joelho é movimentado. A ressonância magnética serve para identificar a lesão e também para descartar outras lesões.
TRATAMENTO
O tratamento costuma ser conservador, com diminuição ou parada temporária das atividades físicas, anti-inflamatórios e fisioterapia. Exercícios para o alongamento da musculatura lateral da coxa são muito importantes. Lesões extensas podem melhorar com a infiltração de corticóides, Botox® e PRP. O tratamento costuma durar de 2 até 6 semanas.
PREVENÇÃO
A síndrome do trato iliotibial pode ser prevenida com alongamento da musculatura dos membros inferiores e aquecimento antes de começar as atividades físicas. Corredores devem evitar correr em superfícies irregulares ou inclinadas e usar tênis adequados para as corridas. Ciclistas devem fazer o bike fit, que é o ajuste da bicicleta às características físicas do atleta.
ESPECIALISTA
Não é normal o joelho doer. Um médico ortopedista especialista em joelho deverá ser consultado sempre que se sentir dor no joelho. Lesões diagnosticadas e tratadas no seu início têm melhor prognóstico.