ARTROSE DO JOELHO
A artrose do joelho é uma doença relativamente comum em pessoas com mais de 60 anos de idade. A artrose é a doença que mais acomete o joelho. Ela é uma patologia inflamatória caracterizada pela degeneração da cartilagem. Popularmente as pessoas dizem que a cartilagem do joelho se desgastou. A artrose do joelho pode comprometer bastante a qualidade de vida do paciente porque provoca dor e limita a sua mobilidade. A artrose do joelho também é conhecida como osteoartrite do joelho ou gonartrose. Cerca de 13% das mulheres e 10% dos homens com mais de 60 anos de idade têm artrose sintomática no joelho. As mulheres são mais afetadas pela doença do que os homens. A doença também é mais incapacitante nas mulheres do que nos homens. A porcentagem de casos sintomáticos de artrose do joelho deverá aumentar nos próximos anos devido ao envelhecimento da população, maior expectativa de vida e aumento dos casos de obesidade na sociedade.
ARTROSE
Artrose é uma doença crônica e inflamatória caracterizada pela degeneração da cartilagem de uma articulação. O joelho é uma das articulações mais acometidas pela artrose. O processo degenerativo condral começa com o amolecimento da cartilagem e pode avançar até a exposição óssea. A artrose do joelho pode causar sofrimento significativo para os pacientes.
CARTILAGEM
Cartilagem é o tecido branco e brilhante que recobre as extremidades ósseas dentro de uma articulação. No joelho existe cartilagem nos côndilos femorais, no platô tibial e também na patela. A cartilagem funciona como um amortecedor. Sua superfície é lisa para permitir que os ossos se articulem entre si com o mínimo de atrito. Cerca de 80% da estrutura da cartilagem é formada por água. Os 20% restantes formam um emaranhado de fibras, a matriz condral. Dentro da matriz condral, em diminuta quantidade, estão os condrócitos, as células da cartilagem.
LÍQUIDO SINOVIAL
O líquido sinovial é o líquido lubrificante natural das nossas articulações. Ele é bastante viscoso e tem a função de lubrificar e nutrir a cartilagem. Também faz parte do sistema de amortecimento do joelho. O líquido sinovial parece ter papel importante no desenvolvimento da artrose.
REGENERAÇÃO DA CARTILAGEM
A cartilagem é um tecido especializado que tem características muito especiais. Trata-se de um tecido não vascularizado e com poucas células. Os condrócitos, que são as células da cartilagem, têm um metabolismo extremamente lento porque trabalham em anaerobiose, quase sem oxigênio. Eles recebem muito pouco oxigênio porque estão dentro de uma estrutura não vascularizada. Esses fatores contribuem para a diminuta capacidade regenerativa do tecido condral. A cartilagem gasta praticamente não se regenera. Por esse motivo a artrose do joelho é uma doença ainda considerada incurável. Muitos pesquisadores já mudaram o foco dos seus estudos para a prevenção e o tratamento das fases iniciais da doença.
ARTROSE DO JOELHO
Artrose é o desgaste da cartilagem. A artrose do joelho é uma doença multifatorial e progressiva que acomete milhões de pessoas em todo o mundo. Nas fases mais avançadas da doença o paciente sente muita dor e tem a mobilidade do joelho diminuída, comprometendo significativamente a qualidade de vida. O processo degenerativo da cartilagem começa com o seu amolecimento e, à medida que a degeneração aumenta, a cartilagem vai ficando cada vez menos espessa, até chegar ao grau IV, onde há exposição do osso subcondral. Quando a artrose, já no grau IV, afeta duas superfícies adjacentes que se articulam, passa a haver contato de osso com osso.
BIOMECÂNICA
Um dos motivos para que o joelho seja a articulação mais acometida pela artrose é a sua biomecânica. O joelho, quando fletido, se transforma no centro de uma alavanca que multiplica o peso corporal algumas vezes. A cartilagem, depois de amolecida, não consegue suportar as grandes pressões a que é submetida e começa a degenerar.
INFLAMAÇÃO
A artrose do joelho não é simplesmente uma doença de desgaste da cartilagem. Vários estudos confirmaram que a doença tem também um aspecto inflamatório e que a sinovite é uma característica crítica da doença que impulsiona o processo degenerativo condral. Inflamação crônica e de baixo grau, induzida pela síndrome metabólica, imunidade inata e outros fatores ainda não totalmente conhecidos, parece contribuir para o processo de desintegração da cartilagem. O líquido sinovial produzido pela sinóvia inflamada tem características físico-químicas diferentes do líquido sinovial normal, podendo ser um fator determinante para a morte dos condrócitos. O osso subcondral exposto também é uma fonte de mediadores inflamatórios implicados na gênese da dor e na degradação da camada profunda da cartilagem. A doença artrose parece ser muito mais complexa do que se supunha num passado recente.
ESCADAS, AJOELHAR E AGACHAR
Existem alguns movimentos que fazemos quase todos os dias e que forçam bastante o joelho. Nós não percebemos isso. Só vai perceber quem tem alguma lesão ou comprometimento da cartilagem. Subir e descer escadas, agachar e ajoelhar sobrecarregam muito o joelho. Sair da posição sentada para a posição de pé também exige muito da articulação. Esses movimentos provocam dor no joelho cuja cartilagem está em degeneração.
IDADE
O processo de desgaste da cartilagem do joelho acontece em todas as pessoas e aumenta com o passar dos anos. Todas as pessoas acima de 60 anos de idade já têm algum grau de degeneração da cartilagem do joelho. Atualmente a artrose do joelho é diagnosticada rotineiramente porque a expectativa de vida das pessoas aumentou bastante. Artrose do joelho passou a ser uma doença comum.
FATORES PREDISPONENTES
Existem muitos fatores predisponentes para o desenvolvimento da artrose do joelho. Esses fatores são divididos em dois grupos: fatores modificáveis e fatores não-modificáveis. Os fatores modificáveis mais importantes são: peso corporal, tabagismo, excesso de atividades físicas, exercícios de alto impacto e má-alimentação. Os fatores não-modificáveis são: idade, sexo, genética e doenças reumáticas. Provavelmente existem ainda outros fatores ainda desconhecidos. Idade avançada, sexo feminino, joelho varo e joelho valgo, sobrepeso e obesidade, lesão prévia no joelho, uso repetitivo do joelho, diminuição da densidade óssea, fraqueza muscular dos membros inferiores e instabilidade articular são os fatores mais importantes para o desenvolvimento da artrose no joelho. Entender a prevalência, a incidência e os fatores de risco modificáveis da artrose do joelho é importante para a criação de estratégias preventivas eficazes para a doença.
PRIMEIRO SINTOMA
O primeiro sintoma da artrose no joelho, segundo vários estudos, é o desconforto ou dor ao usar escadas, principalmente ao descer. Essa informação é muito importante. É nesse momento que o paciente deve procurar um médico especialista para ser avaliado. Quanto mais cedo se faz o diagnóstico da artrose no joelho, melhor é o prognóstico. Mas o número de pacientes que procuram atendimento médico quando aparecem os primeiros sintomas é muito pequeno. A grande maioria vai buscar ajuda quando a doença já progrediu bastante e está nos seus graus mais avançados.
SINTOMAS
Dor, crepitação articular, falseio, joelho inchado e deformidade progressiva são os sintomas da artrose do joelho. A artrose é uma doença que se manifesta na forma de crises. Com o passar dos anos, as crises vão ficando mais frequentes, duram mais dias e a intensidade da dor aumenta. Nos graus avançados da doença a dor passa a ser contínua. O processo degenerativo da cartilagem é lento e a exposição óssea acontece somente depois de vários anos.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico definitivo da artrose do joelho é feito por exames de imagem. O RX e a ressonância magnética são os dois exames comumente solicitados pelo médico especialista. No RX não é possível ver a cartilagem, mas podemos identificar os sinais radiológicos da artrose: diminuição do espaço articular, esclerose subcondral, subluxação, desvios angulares, geodos e osteófitos. O exame mais importante é a ressonância magnética que mostra, além do desaparecimento da cartilagem, as lesões que podem estar associadas. Corpos livres, lesões nos meniscos e edema ósseo são diagnosticados no exame de ressonância magnética.
ESTÁGIOS DA ARTROSE
A artrose do joelho é dividida em 4 graus ou estágios. No grau I há um pequeno comprometimento da cartilagem. No grau II até 50% da espessura da cartilagem está comprometida. No grau III mais de 50% da espessura da cartilagem já degenerou. No grau IV há exposição óssea. A progressão da doença é lenta. Do amolecimento da cartilagem até a exposição óssea o tempo decorrido costuma ser de vários anos.
NECROSE AVASCULAR
A necrose avascular, também chamada de osteonecrose, pode acometer joelhos com artrose. Áreas ósseas do fêmur e da tíbia podem ter a sua vascularização interrompida. O osso torna-se desvitalizado. O joelho fica mais doloroso subitamente. A osteonecrose do joelho é mais comum em mulheres com mais de 50 anos de idade.
TRATAMENTOS
A artrose é uma doença que ainda não tem cura conhecida. Mas, mesmo sendo uma doença incurável, existem vários tratamentos para a artrose do joelho. Todos os tratamentos são paliativos porque nenhum deles fará a cartilagem se regenerar. Os tratamentos têm dois objetivos: diminuir o principal sintoma da doença, a dor, e também diminuir a velocidade de degeneração da cartilagem. Os tratamentos são divididos em 3 grupos. No grupo I estão os medicamentos ingeridos por via oral para diminuição da dor ( analgésicos e anti-inflamatórios ). No grupo II estão os medicamentos aplicados diretamente no espaço articular ( infiltrações articulares ). No grupo III estão as cirurgias. A fisioterapia pode ser associada com todos os tratamentos.
ANALGÉSICOS E ANTI-INFLAMATÓRIOS
Medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios podem ser usados nas fases iniciais da doença quando a crise dura apenas alguns dias e a intensidade da dor não é muito forte. Esses medicamentos têm efeitos colaterais e não devem ser tomados de forma contínua. Anti-inflamatórios podem afetar a função dos rins e não devem ser tomados por pessoas de mais idade sem prescrição médica.
INFILTRAÇÃO ARTICULAR
Diversos medicamentos podem ser injetados diretamente no espaço articular do joelho para diminuir os sintomas da artrose. Analgésicos, anti-inflamatórios e ácido hialurônico são os remédios mais aplicados no joelho.
ARTROSCOPIA
A artroscopia é uma cirurgia minimamente invasiva que pode ser indicada para limpeza da articulação artrósica. Pacientes submetidos a toalete artroscópico do joelho sentem diminuição da dor articular por alguns meses.
OSTEOTOMIA
A osteotomia pode ser indicada para pacientes jovens, com artrose unicompartimental avançada, e que ainda não têm idade para a cirurgia de artroplastia.
ARTROPLASTIA
A cirurgia de artroplastia do joelho é o último recurso. Ela é indicada para os casos de artrose avançada em pacientes onde nenhum dos tratamentos menos agressivos funciona mais. O joelho artrósico é substituído por implantes.
SUBCONDROPLASTIA
A subcondroplastia é um tratamento inovador que pode evitar a cirurgia de prótese de joelho em alguns pacientes. Cimento ósseo biológico é injetado em áreas comprometidas do osso subcondral do fêmur e da tíbia. O paciente sente uma diminuição importante da dor no joelho nos casos onde a dor principal tem origem subcondral.
CÍRCULO VICIOSO DA DOR
A artrose provoca dor no joelho. O paciente, por causa da dor, movimenta menos o joelho artrósico. Com menos movimentação do joelho a dor aumenta. Esse é o círculo vicioso da dor da artrose do joelho. Quem tem artrose precisa exercitar o joelho doente, mas tem que escolher um tipo de exercício que não sobrecarregue o joelho para não aumentar ainda mais o desgaste da cartilagem. Atividades na água, bicicleta e elíptico são os três melhores exercícios para quem tem os joelhos artrósicos.
SUPLEMENTOS
Diversos suplementos são tomados pelos pacientes com artrose no joelho. De tempos em tempos aparece uma moda nova. Cartilagem de tubarão, condroitina, glucosamina e colágeno são os suplementos mais consumidos atualmente. Vários estudos já comprovaram que eles não têm efeito na cartilagem e não são melhores do que um placebo.
OBESIDADE
A obesidade é o fator número um para o desenvolvimento da artrose no joelho. Uma notícia boa é que a obesidade é um fator modificável. Pacientes com artrose no joelho devem manter o peso corporal dentro da faixa de normalidade para evitar a rápida progressão do processo degenerativo condral. O excesso de peso corporal resulta em um duplo dano à cartilagem do joelho. O primeiro dano é referente ao excesso de peso em si que provoca sobrecarga mecânica na cartilagem. O segundo dano tem a ver com a inflamação. O tecido adiposo em excesso no corpo produz proteínas inflamatórias que provocam inflamação em todo o corpo ( síndrome metabólica ). Locais já inflamados, como um joelho artrósico, têm o processo flogístico aumentado. A artrose no joelho é acelerada, mecânica e bioquimicamente, em pessoas obesas.
QUALIDADE DE VIDA
A qualidade de vida de um paciente com artrose no joelho pode ser seriamente comprometida. Dores constantes, limitação da mobilidade e deformidade do joelho são as queixas mais frequentes dos pacientes que têm artrose avançada no joelho. A doença compromete as finanças, a profissão, o lazer, os relacionamentos e as atividades sociais em geral.
ÁCIDO HIALURÔNICO
A aplicação intra-articular de medicamentos à base de ácido hialurônico é o melhor tratamento disponível para a artrose na atualidade. O tratamento é chamado de viscossuplementação. As aplicações melhoram a lubrificação articular, diminuem a dor e retardam o processo degenerativo da cartilagem.
PREVENÇÃO
A artrose do joelho é uma doença que ainda não tem cura conhecida. O importante em relação à doença é a prevenção e o diagnóstico precoce. Atenção especial deve ser dada aos fatores predisponentes da artrose que são modificáveis. Peso corporal, tabagismo, excesso de atividades físicas de alto impacto e má-alimentação, por exemplo, são os fatores que podem ser modificados e ajudam na prevenção do aparecimento e da evolução da doença.
ESPECIALISTA
Artrose do joelho deve ser diagnosticada e tratada por um médico ortopedista especialista em joelho. O paciente precisa ser acompanhado periodicamente.