LESÃO DE MOREL-LAVALLÉE

LESÃO DE MOREL-LAVALLÉE

Lesão de Morel-Lavallée é uma lesão de partes moles na região da articulação do joelho caracterizada pela avulsão de tecidos. A pele, juntamente com o tecido celular subcutâneo, se descola da fáscia muscular em traumatismos provocados por forças tangenciais aplicadas no joelho. Cria-se um espaço morto no local onde os tecidos foram avulsionados que pode acumular sangue, linfa e/ou debris gordurosos.

LESÃO DE MOREL-LAVALLÉE

Lesão de Morel-Lavallée foi descrita no século XIX, mais precisamente no ano de 1.863, pelo cirurgião francês Victor Auguste François Morel-Lavallée. Trata-se de uma lesão das partes moles ricamente vascularizadas do joelho, principalmente nas áreas das protuberâncias ósseas. A lesão é causada por traumatismos súbitos que aplicam forças tangenciais intensas no joelho. Essas forças provocam o descolamento da pele e do tecido celular subcutâneo da fáscia profunda que envolve os músculos do joelho. O descolamento dos tecidos, que são muito vascularizados, cria um espaço morto que acaba sendo preenchido com sangue, linfa e/ou debris gordurosos. Trata-se de uma lesão grave e que, na maioria das vezes, não é diagnosticada corretamente. A identificação de um simples hematoma no joelho pode esconder uma lesão mais grave como a lesão de Morel-Lavallé. A lesão de Morel-Lavallé pode acometer pessoas de todas as idades, mas é mais comum em crianças e adolescentes que machucam o joelho durante a prática das atividades lúdicas próprias da faixa etária pediátrica. Médicos ortopedistas especialistas em joelho são treinados para identificar esse tipo de lesão nos pacientes jovens que sofreram traumatismo na região da articulação do joelho.

FISIOPATOLOGIA

A lesão de Morel-Lavallé consiste do descolamento da pele e tecido celular subcutâneo da fáscia muscular profunda, criando um espaço morto que é preenchido por sangue, linfa ou debris de gordura. O traumatismo que provoca esse tipo de lesão deve ser agudo, intenso e com forças tangenciais. Trata-se de uma lesão tipo desenluvamento fechado. Os vasos sanguíneos perfurantes fasciocutâneos e musculocutâneos são abruptamente rompidos e o sangue extravasado preenche o espaço morto recém-criado pelo traumatismo.

MOREL-LAVALLÉE

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da lesão de Morel-Lavallée é feito pelo exame físico do joelho e exames complementares. A história do traumatismo é muito importante. Esse tipo de lesão costuma ser frequentemente negligenciada, o que pode complicar o quadro clínico. No exame físico o médico especialista identifica áreas de equimose e hematomas flutuantes ao redor da articulação do joelho, geralmente com alteração da sensibilidade da pele. Os exames de imagem são essenciais para o diagnóstico da lesão de Morel-Lavallé. A ecografia do joelho ajuda a identificar a coleção líquida que preenche o espaço morto criado pelo traumatismo. O melhor exame para diagnosticar esse tipo de lesão é a ressonância magnética do joelho. Além de identificar a lesão, na ressonância magnética é possível identificar lesões associadas. O diagnóstico diferencial inclui bursites, hematomas, abscessos, tumores benignos e câncer.

TRATAMENTO

O tratamento da lesão de Morel-Lavallé depende da extensão da lesão e costuma ser conservador na maioria das vezes com repouso, anti-inflamatórios, compressas de gelo e fisioterapia. A compressão do local, depois da drenagem do líquido acumulado, é essencial para o processo de cicatrização. O prognóstico costuma ser bom. O problema é quando a lesão é muito extensa e o conteúdo acumulado no espaço morto é muito volumoso. Nesses casos o risco de necrose tecidual e infecção é muito grande, havendo necessidade de drenagem cirúrgica do líquido acumulado e debridamento do local.